domingo, 6 de julho de 2008

Findimundino



Estava eu sem fazer nada, aí resolvi escrever qualquer coisa que me viesse a cabeça . Comecei por escrever uma linha inútil contando que eu não tinha nada pra fazer e então pus-me a escrever. Escrevi ainda mais então este parágrafo besta que V.Sª. tem a paciência de ler.
Pulando o parágrafo altamente produtivo, tão quão informativo, caio no dilema de sobre o que escrever.....................Já sei escreverei sobre “As aventuras de Rosicréversom Cajabaja nas praias nordestinas do nordeste brasileiro das areias brancas e predas pretas com caranguejos vermeios, palmeiras verdes, cocos gelados e águas do mar”, mas antes de continuar, devo informar que sou nordestino muito pouco alfabetizado, muito curioso e calejado com e pela vida, por isso muitas vezes escrevo como falo e não como a gramática e a norma culta pedem.
Veja bem estava eu lá em um dia qualquer, como outros que passam passando assim que a gente nem sequer nota, na cidade de Findimundino, que fica no interior bem enterrado do Rio Grande do Norte, uma cidade tão escondida, mas tão escondida que nem sequer eu sei onde fica. Findimundino apesar de pequena era uma cidade a beira-mar, um lugar tão sussegado quanto baiano jantado. Um dia aparece assim, do nada, um paulista descendente de Dona Jicapora Caipaçunga Cajabaja, senhora já falecida há muito naquelas bandas, que queria conhecer a cidade de sua bisavó. Passados cerca de 15 minutos disse nunca ter visto nada mais lindo que a praia da areia branca e predas pretas com caranguejos vermeios, palmeiras verdes, cocos gelados e águas do mar, ficou tão feliz, mas tão feliz que morreu de infarte dos coração.
Tempos depois de a morte ter finalizado as aventuras de Rosicréversom apareceram uns caras por aqui, nos uniformes estava escrito P.F., daí perguntei se eles vendiam ' Prato Feito', só depois descobri que P.F. era Polícia Federal. A polícia estava investigando um caso de seqüestro de um paulista muito importante lá nos sudeste, tinha jipe, helicóptero, muita gente armada, parecia até a invasão do Iraque. Findimundino daquele dia em diante nunca mais foi a mesma, os policiais só falavam em encontrar a vítima do seqüestro um cara chamado “Y” ,mas o único cujo nome começava com y era meu vizinho Ymbirunçu Saipoqua. Perguntei se ele tinha seqüestrado alguém, mas ele jurou de pé junto pela alma de Rosicréversom, que tinha sido seu amigo por 15 minutos antes de infartar, que não foi ele.
Os policiais falaram, revistaram, interrogaram tudo e todos e ninguém sabia de nada. Meses
se passaram e nada, até que os policiais foram embora e Findimundino voltou a ser a cidade mais pacata e tranqüila do mundo.
Um dia eu andando pela rua encontrei um papel da polícia com nome, endereço e n° dos documentos da vítima, descobri então que o tal seqüestrado era mesmo o finado Rosicréversom, foi aí que decidi ir para São Paulo para esclarecer os ocorrido. Andei 150 Km no lombo de minha mula até o vilarejo mais próximo, lá vendi minha preciosa e comprei a passagem, parti nas manhã seguinte.
São Paulo, 21:00 hs., ô lugarzinho lotado!!!, parece até um formigueiro de lava-pé, nunca tinha visto tantas pessoas juntas, é estranho, porém curioso. Arrumei um lugarzinho para ficar em uma pequena pousada, passei a noite. Logo pela manhã fui a delegacia contar o que sabia, conclusão : fui preso acusado de confessar assassinato.
Passei 25 anos na cadeia, quando fui liberto a única coisa em que pensava era em voltar para Findimundino, mas como disse no início nem sequer eu sei onde fica. Daí em diante empenhei-me em descobrir onde ficava minha terra natal e conseguir uns dinheiro pra voltar para lá. Arranjei emprego de faxineiro e trabalhando de sol a sol, juntando dinheiro e pesquisando descobri onde ficava Findimundino; comprei minha passagem e parti na manhã seguinte.
Findimundino, 08:00 hs., que sossego!!!. Havia muitas pessoas que não conhecia, muitas pessoa haviam morrido, muitas crianças cresceram, mesmo assim Findimundino continuava ser a mesma velha e pacata cidade de sempre, é estranho, porém curioso. Fui andando até minha casa, continuava do mesmo modo que a 26 anos atrás, troquei-me e na saída conversei com meus vizinho Ymbiruçu Saipoqua por cerca de 15 minutos e lhe disse que estava doudo para voltar a ver as praias nordestinas do nordeste brasileiro das areias brancas e predas pretas com caranguejos vermeios, palmeiras verdes, cocos gelados e águas do mar. Ao chegar lá, lembrei-me de que não havia nada mais lindo que aquilo, fiquei tão feliz, mas tão feliz que morri de infarte dos coração.

É preciso título?